Como transportar insulina humana em vôos internacionais
Em 2015 eu viajei para o Peru. A princípio seria um mochilão sozinha de 15 dias, até que meu papai decidiu ir junto. Meu pai tem hipertensão e é diabético, precisando aplicar injeções de insulina diariamente. Logo vi que poderia ser um problema.
A insulina humana precisa estar em uma caixa térmica de preferência com gelo. Também necessita do uso de seringas descartáveis especiais. Antes de embarcar é preciso tomar alguns cuidados específicos:
1) Fazer um teste de Glicemia (ponta de dedo) antes de sair de casa para saber como está seu nível de glicose no sangue.
2) Leve sempre seu glicosímetro com tiras reagentes, lancetas, lancetador, sachês de álcool e pilhas extras. Meu pai não precisa medir a glicose todo o dia, mas dependendo do tipo da diabetes você não pode descuidar.
3) Pessoas diabéticas tem quedas de açúcar no sangue quando ficam muito tempo sem comer, mesmo que seja apenas umas balas. Tenha sempre consigo algum lanche, ou mesmo doces na mochila. Isso pode te ajudar a salvar a vida de alguém inclusive, pois as crises de hipoglicemia são repentinas.
4) Como identificar uma crise de hipoglicemia: No caso do meu pai, são comuns tremores, suor intenso, fraqueza e desmaio. Toda viagem andei com muitas balinhas no bolso.
Sobre o transporte de insulina, a ANAC recomenda que não sejam despachadas na bagagem de porão, o que é meio óbvio. Você não vai colocar um medicamento que impede seu pâncreas de entrar em colapso num porão de avião que só deus sabe se vai chegar no destino certo.
Apresente suas insulinas no guichê da companhia aérea, bem como tenha cópia da receita médica em português e inglês se possível, na nossa viagem não foi necessária, nem a em português foi conferida.
O passageiro poderá solicitar, antes do início dos procedimentos de inspeção, que a vistoria dos medicamentos seja feita sem a utilização de equipamentos de raios x e de detectores de metais. Nesse caso, o passageiro deverá entregar os medicamentos de forma separada dos demais itens da bagagem de mão.
Viajamos de Avianca até São Paulo, e depois até Lima. Foi preciso medir a glicemia durante o trajeto e a comissária de bordo viu, perguntou se precisávamos de algo especial, foi muito solicita conosco. Não tivemos nenhum problema, nem nos hostels que ficamos que não tinham frigobar, prontamente nos forneciam gelo.
Diabetes não é empecilho algum para viajar, e meu pai realizou o sonho dele de conhecer Machu Pichu sem passar mal com a altitude enquanto eu quase desfaleci de dor de cabeça e sangramento nasal, mas isso fica pra outro post.