Para chegar neste campo cheio de esculturas de lava que parecem de outro planeta, é preciso fazer um pequeno desvio da rota principal (a estrada 572) e deixar seu carro no estacionamento próximo. Cuidado, as multas por estacionar em locais não sinalizados na Islândia é bem salgada. Mesmo que não passem muitos carros é melhor não arriscar.

Eu tenho um amor muito grande pela Islândia, mas este lugar foi um dos que mais mexeu comigo durante a estadia por lá. Primeiro por que o local é marcado por uma tragédia de um naufrágio, onde eu já li as mais diversas teorias sobre o que teria acontecido com os sobreviventes. Em segundo lugar, pois o lugar não é parecido com nada que eu já tenha visto.

Olha isso gente, não é desse mundo

Imagine você, num dia nublado e frio, caminhando pelo meio de monstros rochosos, ouvindo o som agoniante do vento batendo em você e nenhuma outra alma viva por perto.  Mas mesmo assim, o local não perde sua beleza.

Ao finalizar a caminhada pelas esculturas rochosas, você vai chegar em duas lagoas. A Black Lagoon e a Deep Lagoon. Reza a lenda que estas lagoas foram abençoadas por Guðmundur the Good (1161-1237) então assim como outras fontes na Islândia, estas teriam propriedades curativas. Boa sorte tirando sua roupinha e entrando nelas.

Uma das lagoas no fundo

Logo a frente você estará na enseada da praia de Dritvík. A sensação de visitar esta praia também não foi nada agradável, e olha que ela é bonitinha. O vento frio que uivava e trazia uma chuva fina que pareciam agulhadas no rosto. O sentimento de tristeza começou a tomar conta de novo como se fosse algum tipo de magia.

Essa sensação talvez aconteça pelos fato do local também é um santuário. Em 13 de Março de 1948 um navio britânico naufragou na enseada onde quatorze homens morreram e apenas cinco foram salvos pelo resgate de vilas vizinhas. O resgate durou mais de 2 horas enquanto os homens estavam na água em meio a nevasca. Muitos corpos até hoje não foram encontrados.

Restos de ferro do navio

Há uma placa de informações antes da praia dando o fundo em várias línguas e solicita-se que os visitantes não retirem qualquer resto do ferro da embarcação. Estes são mantidos na praia em memória aos jovens desafortunados pescadores ingleses que perderam a vida naquela noite.

Além deste famoso naufrágio, muitos outros também aconteceram nesta região deixando-a ainda mais misteriosa. A praia é toda feita de pedrinhas pretas, onde muitas são usadas para fazer jóias.  Tome cuidado com a força das ondas, mesmo no verão elas são muito fortes e repentinas, e vários turistas desavisados já foram sugados pelo mar.

ò a que vos fala para cuidar com as ondas, mas quis ir lá perto fazer as fotos do Tumblr

Muitas das formações rochosas próxima a praia são objetos inspiradores da mitologia local, desde uma Igreja de Elfos até uma mulher Troll! Algumas são indicadas por placas, outras você consegue identificar através de guias ilustrados. (Eu não consegui identificar elas, pareciam todas iguais) .

Olha lá! A Igreja dos Elfos. A Troll Woman nunca nem vi

Por fim, você ainda vai encontrar 4 pedras redondas próximo a praia, são as ” aflraunasteina“, que eram usadas para testar a força dos pescadores. Você pode testar sua força com elas, mas pelo amor dos Elfos, não vá estragar suas costas pois não tem nenhum hospital por perto.

Leia mais em: 10 coisas que aprendi na Islândia 

Como chegar? 

Infelizmente, acredito que seja possível chegar somente de carro, não encontrei nenhuma opção de transporte público por lá.

A melhor época para ir é com certeza o verão, pois as estradas estarão boas para dirigir, sem perigo de estarem trancadas pela neve. O camper que eu e meus amigos alugamos foi pela empresa Kuku Campers

Mesmo sendo um pouco triste, eu gostei muito do lugar, então reserve uma tarde para visitar tudo, existem algumas trilhas próximas, inclusive cavernas e mais lagoas.

Preserve o lugar, ou os Trolls vão te castigar.