Daniela Menti

Depois que eu conheci o Ramon numa trip louca pela Islândia, demos um jeito de viajar juntos novamente antes que nossos intercâmbios terminassem. Como eu estava morando no norte da Itália, aproveitei uma promoção da Flixbus para Zurique. A viagem de ônibus normalmente é um pouco desconfortável, mas pagar 20 euros pelo trecho de 5 horas entre Milão-Zurique, sendo que de trem custa uns 100 euros ninguém pode reclamar.

Rio Limmat

Por coincidência Zurique estava completando o centenário do Dadaísmo na Europa (Dadaísmo é aquela paradinha artística que o mano Duchamp expôs um mictório e quebrou a internet, digo, a história da arte).

Fonte: Tate Museum UK

Passagens compradas, hora de montar o mochilão com todas as comidas básicas de um mochileiro mão de vaca: 1 quilo de macarrão pra fazer no microondas, um saco de pão, um pote de geléia de morango (diet por que somos fitness), frutas e bolachas, muitas bolachas, sério foco nas bolachas ( ou biscoito, depende de onde você está lendo este relato).

Nosso trajeto

Quem é fã do Flixbus sabe que ele normalmente sai de umas estações mais cabulosas, no nosso caso era de Milão Lampugnano, quase o final da linha vermelha do metrô. Após pegarmos o queridíssimo verdinho, partimos para Zurique. O caminho de ônibus é incrível, pois passamos por Como, tendo a visão do lago e também por Lugano, que já fica na Suíça, e infelizmente não pude conhecer. Ótimo, mais um motivo para voltar. É possível visualizar os alpes, lagos, e pequenos chalés ao longo do caminho.

 
Cheguei em Zürich Central Station perdidassa, até por que o idioma oficial de lá é o alemão. Como eu encontraria meu amigo só no dia seguinte pois ele vinha de Genebra, fui tentar encontrar o hostel.

olha que amorzinho

Zurique me surpreendeu muito, pois tem a parte tecnológica, onde tem os famosos bancos que mais parecem galerias de arte do que um mero lugar para lavar seu dinheiro. Tem a parte antiga, com a arquitetura ainda preservada. E tem a parte que eu mais amei, é um bairro industrial em Zurique West, onde o graffiti tomou conta dos muros, as antigas indústrias fecharam e hoje são bares, lojas, mercados. Nem o antigo viaduto escapou e hoje é um mercadão cheio de coisinhas orgânicas.

Arredores da Estação Central

Muitos artistas fazem suas instalações por lá, e até descobri uma baladinha que acontece dentro de uma antiga fábrica de pasteurização de leite onde ainda tem todo o maquinário antigo. A fábrica foi toda redecorada num estilo punk/pop-arte/lúdico.

A baladinha era ali em cima nas vacas meditando

Uma opção bem legal por Zurique, assim como qualquer outra cidade são os Free Walking Tour. Existem 3 tipos em Zurique que eu conheci: o clássico pela Old Twn, um pela parte tecnológica, e este que te leva para lugares bem fora das rotas turísticas, como este bairro industrial.

Tem spaghetti saindo do regador gente

Talvez o que tenha ajudado esta parte de Zurique ser tão cool, é o fato de que a Universidade das Artes está localizada por lá. Os galpões, as fábricas desativadas e os viadutos de Zürich West, são o que me mais me deixaram animada, pois ali se encontram algumas das lojas, e boates mais diferentes que eu já vi. Logo a Suíça com essa carinha de homens engravatados e carrões bonitos.

Será que o Cunha escondia dinheiro aqui neste banco?

Continuando em Zürich West chegamos numa pilha de uns 15 contêiners empilhados e cada um de uma cor. Subimos (de escada, claro) todos eles com o guia do Free Walking Tour e conhecemos o empreendimento. É uma loja de dois designers muito conhecidos  Markus e Daniel Freitag. Não pude fotografar a parte interna, mas imagine o paraíso das bolsas e mochilas recicladas, mas muito chiques. São peças trabalhadas com lonas de caminhão recicladas, câmaras de ar de bicicletas e cintos de segurança de carro. A loja se destaca pelo conceito ecológico e a possibilidade de você montar as cores, os materiais e as estampas. Sério, essa loja é muito incrível, e infelizmente fora do orçamento de quem tá no fim do intercâmbio.

 

Tenha em mente que Zurique é uma cidade muito cara, ou você viaja cheio de mantimentos, ou você vai ter que gastar uma graninha para se alimentar. Se você for o louco das artes tipo eu, indico o Plus 5, são vários restaurantes que ficam dentro de uma montadora de automóveis que foi desativada nos anos 80.

Rua em direção ao Plus 5

Porém, se você quer provar algo bem local sem gastar muito na estação central tem diversas opções de comida, não deixe de provar o Brot mit Würst, que é esse pãozinho com uma salsicha de metro dentro.

óia o tamanho da sarsicha minha gente, 4 euros

O hostel

Não lembrei que a prostituição era liberada na Suíça, e descobri que meu hostel era no principal ponto de trabalho das moças. Me diverti vendo o movimento, até encontrei um bar chamado “Piranha’s Bar”, infelizmente não consegui fotografar. Mesmo assim, ficamos tomando cerveja na rua até tarde, e não tivemos um único problema. Meu único azar na visita que eu fiz por Zurique foram 2: Perder meu livro e chover os 3 dias que eu fiquei lá.

Vista da porta do meu hostel

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