A Barcelona de Dan Brown em “A Origem”
O quinto volume da série de aventuras do professor de simbologia Robert Langdon agora tem como cenário a Espanha. Eu sou suspeita falar pois sou grande fã das obras do autor, e foram elas que me despertaram a vontade de estudar a história da arte. Então vamos lá, sem dar muitos spoilers sobre o livro, desta vez, o conflito entre religião e ciência é novamente colocado em pauta desta vez através de uma descoberta feita por um futurólogo cheio dos apetrechos tecnológicos,ele encontra resposta para as perguntas “de onde viemos e para onde vamos”. Listei aqui os locais que são mencionados no livro.
Parte da aventura se passa na simpática cidade da Catalunha que foi palco de diversos conflitos no passado principalmente da Guerra Civil e dos horrores da Ditadura Franquista também é abordada no livro.
Desta vez o par feminino de Langdon é Ambra Vidal, diretora do museu de arte contemporânea de Bilbao. Juntos, eles passam por vários pontos de Barcelona em busca de respostas sobre a tal descoberta do futurólogo.
Primeira parada: La Pedrera
A Casa Milà, também conhecida como La Pedrera, fica próxima a estação de metrô Passeig de Gracia, bem no centro movimentado da cidade. A casa data sua construção em 1905 e sem possuir qualquer linha reta traz a impressão de dunas de areia ou mesmo ondas de lava sobrepostas. O efeito óptico é incrível. Atualmente a casa pode ser visitada em alguns andares apenas onde são feitas diversas exposições. No livro, ela foi o refúgio do futurólogo Edmond Kirsch.
Segunda Parada: Casa Batlló
Ok, essa não foi diretamente citada em A Origem, mas com certeza merece uma visita por estar apenas a alguns quarteirões da Casa Milà. O prédio também foi projetado por Gaudí e hoje funciona como um grande museu modernista. Compre seu bilhete de entrada online por que a fila é muito grande, tanto que não consegui entrar quando estive lá. Em 1900, pertencia a um rico magnata da industria têxtil, e hoje é patrimônio mundial da UNESCO. Suas formas são ainda mais incríveis do que La Pedrera. Muitas flores e arabescos se misturam a vitrais coloridos e paredes onduladas decoradas com mosaicos que lembram Nymphéas (aquelas plantinhas aquáticas, tipo mini-vitórias régias). Me lembrou muito o castelinho da Pequena Sereia.
Terceira Parada: El Gótic
O bairro Gótico de barcelona! Langdon e Ambra passam pelo bairro ao fugirem dos guardas em direção a Sagrada Família. Aqui é a verdadeira barcelona medieval, muito bem conservada. A cidade foi construída no mesmo espaço onde estava a antiga parte romana. Romanos, católicos, muçulmanos e judeus deixaram suas marcas por toda Barcelona, mas é neste espaço que elas são mais visíveis. Aqui vale se perder pelas ruas estreitas e descobrir muitas cores e sabores.
Quarta Parada: Marcas da Guerra Civil e da Ditadura
Dan Brown traz uma questão que ainda é tabu para a Espanha e pouco vemos sobre ela na escola. O regime autoritário de Franco aconteceu no final da Guerra Civil Espanhola. O regime sobreviveu até 1975. As marcas destes períodos nefastos da história catalã podem ser vistas na singela porta de uma antiga escola, onde foi severamente atacada por morteiros. Muitas crianças e professores foram feridos durante o ataque, e hoje quase passa despercebida ao olhar de quem não conhece a história.
Quinta Parada: Sagrada Família
Uma das catedrais mais imponentes da Europa, teve seu início em 1883 ainda está em construção, com previsão de ser finalizada apenas em 2026. O projeto mais ambicioso de Gaudí, causou sua morte. Apaixonado por sua construção, passou a morar dentro da igreja durante a obra. Um dia, ao sair de lá, foi atropelado por um bondinho e devido sua aparência descuidada, ele foi confundido com um mendigo e deixado na rua. Até que o reconhecessem no hospital já era tarde e Gaudí veio a falecer.
Quando estiver pronta terá 170 metros de altura, 18 torres e será a igreja mais alta do mundo. Uma torre dedicada a Jesus, uma a Maria, 12 aos apóstolos e 4 aos evangelistas. A mais alta será a de Jesus. Se você estiver passando por lá, compre seu ingresso online, pois a fila aqui também é gigantesca, e mais uma vez alguém aqui ficou sem entrar.
Sexta Parada: Centro de Supercomputação de Barcelona
Devo admitir que eu nunca tinha ouvido falar deste lugar antes do livro. É onde está localizado o MareNostrum, o 25° computador mais potente da Europa e 77° do mundo. Mas o interessante é que ele foi construído dentro de uma antiga igreja. O que já foi um lugar de culto sagrado conhecido como Torre Girona é agora o lar do Centro de Supercomputação de Barcelona, preenchendo o salão principal com equipamentos de informática ao invés de bancos, hoje são realizadas diversas pesquisas científicas aqui. Uma metáfora um pouco interessante, colocar um centro tecnológico dentro da casa de Deus, não é?
Independente de você ter lido ou não, uma visita a Barcelona é sempre cheia de surpresas e você pode pesquisar sua acomodação aqui pelo Blog.
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