Mochilão Amazonas 7 dias – Selva + Presidente Figueiredo
Neste post você vai encontrar o roteiro que eu fiz em Manaus e Presidente Figueiredo, incluindo 2 noites na Selva, dicas de restaurantes, comidas, hospedagens e valores.
PREPARAÇÃO
Quando eu comprei a passagem eu realmnte nem sabia o que esperar, sabe aquelas compras no impulso? Pois é. Pra quem tá pensando em ir: existem duas estações principais, chuvas e secas. De novembro a março é a época de chuvas. De maio a setembro é o período de seca. Abril e outubro são meses de transição (na teoria, por que o clima anda meio maluco por lá). Afinal, a selva amazônica não se chama rainforest por nada, né?
Lado bom de ir na época chuvosa:
Você vai se sentir no livro de geografia da oitava série e vai poder ver os Igapós que são as vegetações da Amazônia brasileira que ocorrem ao longo dos rios de águas pretas ou claras, ou seja, a floresta fca inundada e seu meio de transporte é o barquinho.
Lado bom de ir na época seca:
Você vai ver pequenas ilhas que não existem na época chuvosa. Pretendo voltar pra conhecer na seca.
ROTEIRO: Manaus – Presidente Figueiredo – Selva – Manaus
- 20/04 Voo para manaus
- 21/04 Manaus
- 22/04 Manaus
- 23/04 bate-volta Presidente Figueiredo
- 24/04 – 27/07 Selva
- 28/04 vôo de volta
Montei meus passeios com a agência Iguana Tour, não é #publi, é minha opinião mesmo (mas se quiserem mandar uma cachacinha de jambu de mimo eu agradeço)
IDA
Tudo começou com uma promoção do Passagens Imperdíveis que trouxe vôos de ida e volta Porto Alegre – Manaus por R$: 600,00. Consegui conciliar na semana do feriado de Tiradentes então foi só sucesso. Foi um voo bem chatinho na verdade, mudou de horário umas 3 vezes. Lembro que viajei em época de pandemia então os vôos estão sofrendo muito com isso (dizem as cias aéreas). Cheguei em Manaus na madrugada do dia 20 para 21, e o pessoal da agência que eu contratei estava me esperando no aeroporto pra me deixar no hostel.
PRIMEIRO E SEGUNDO DIA – MANAUS
Cheguei no hostel que fica do lado do Teatro Amazonas (que infelizmente estava fechado para visitação). Fiquei no Local Hostel, parceiro da agência, ai tinha descontinho. Acordei às 10:00 da manhã e fui comer no mercado público Adolpho Lisboa
- Eu normalmente pego quarto compartilhado, mas como eu estava com medo do covid optei por suite.
- Quarto compartilhado feminino 6 camas: R$ 55,00
- Quarto individual com cama de casal e ar condicionado: R$: 117,00
MERCADO ADOLPHO LISBOA E CENTRO DE MANAUS
O mercadão, como também é chamado tem milhares de produtos artesanais, chás, garrafadas, xaropes, artesanato, preço bem em conta. Tomei café/almocei ai mesmo, não deixe de provar a tapioca com tucumã e suco de cajá.
MUSA: MUSEU DA AMAZÔNIA
Reserve umas 2 horas para visitar o Museu da Amazônia
O museu ocupa uma faixa de 500m por 5km à margem da Reserva Florestal Adolpho Ducke, uma floresta primária na zona Leste de Manaus.
São mais de 3km de trilhas. Os passeios tradicionais são a trilha guiada na floresta e a subida na torre de observação. A visita guiada custa R$ 50 e as visitas sem guia, que incluem as trilhas na floresta e a subida à torre, R$ 30.
Eu optei e mega recomendo que você faça a visita com guia, senão serão “apenas árvores”. A guia do meu grupo é bióloga (esqueci o nome dela) e foi muito legal. Passamos pelo lago de vitórias-régias, serpentário e aquário. Ela também nos explicou sobre o funcionamento das armadilhas de peixes das tribos, bem como alguns rituais, acho que foi a parte mais legal da visita. No final você encerra subindo a torre de observação (vá no pôr do sol) e você verá a floresta de cima.
TERCEIRO DIA – PRESIDENTE FIGUEIREDO (BATE-VOLTA)
A minha ideia inicial era passar a noite em Presidente Figueiredo mas não deu certo, então fiz um bate-volta mesmo, e deu pra ver bastante coisa. Presidente Figueiredo tem mais de 150 cachoeiras catalogadas, é muita coisa. Algumas que existem na seca não existem na época chuvosa. Escolhi 4 pontos que eu queria ver: Gruta da Judéia, Caverna Maroaga, Lagoa azul (por que sempre tem uma lagoa azul) e Fervedouro Maranhão.
- Primeira Parada Caverna Maroaga
Seguindo pela BR 174 que liga Manaus a Boa Vista e depois pela AM 240, próximo ao km 6 você verá uma placa indicando a entrada do local. No dia havia fiscalização para ver se todos estavam usando máscara. A trilha é um pouco difícil e bem escorregadia, mas tem cordas pelo caminho pra você se segurar. Pelo amor de deus vá de botas ou tênis impermeável. É muito provável ver cobras ou outros animais pelo caminho. Ouvimos os bugios cantando. Nosso guia Mário, nativo da região, foi mostrando as árvores e explicando suas propriedades medicinais, bem como o uso delas pelos índios. Muitas plantas são exploradas para a fabricação de cosméticos por grandes marcas.
A caverna tem um filete de água quentinha que cai. Como choveu na noite anterior ele tava bem cheio.
Cruze o riozinho e entre na gruta, as fotos ficam lindas.
Seguimos a trilha com água quentinha nas canelas em direção à Gruta da Judéia.
Paramos para almoçar num restaurante próximo a umas corredeiras. Comida maravilhosa, pirarucu empanado, costela de tambaqui, baião de dois e saladinha, de sobremesa creme de cupuaçu.
- Segunda parada: lagoa azul e fervedouro
Andamos por alguns minutos e chegamos à Lagoa Azul, que o nome já diz, é uma lagoa natural, com alta concentração de calcário, que é azul :). Para entrar você vai passar por uma árvore de Rambutan da dona Josi. De forma alguma tente roubar os Rambutans da dona Josi.
Lagoa azul estava vazia, ficamos um tempão ai aproveitando e no final do dia andamos mais um pouco até o Fervedouro Maranhão. Fervedouros são incríveis e são um fenômeno que acreditei que só acontecessem no Jalapão, mas aparentemente tem um no Amazonas. E igualzinho aos do Jalapão, você não afunda. A água tava mais fria aqui.
Leia mais: Roteiro de 5 dias pelo Jalapão https://momentosdemochila.com.br/roteiro-de-5-dias-pelo-jalapao/
De volta a Manaus, jantei no Largo São Sebastião, ao lado do teatro Amazonas. É muito estranho a sensação de voltar a sair com pessoas depois de tanto tempo de quarentena. Sai com os meninos que conheci no passeio, no caminho convidei uma voluntária do hostel que chamou uma outra menina que chegou do Peru. Estava sentindo tanta falta disso. Recomendo: caipufruta de cajá, risoto de queijo coalho com tucumã, pirarucu ao molho, e farofinha.
De entrada pedi um tacacá para provar e acho que não curti. É uma comida forte típica do norte do país feita com tucupi, jambu, goma e camarão. Desculpa Joelma, não consegui tomar o tacacá
QUARTO DIA – IN THE JUNGLE THE LION SLEEPS TONIGHT
Quarto dia então, partimos para a selva! Bom, para chegar até a pousada é um trabalhão. Primeiro, a agencia nos levou até as docas no CEASA, onde pegamos um barco para cruzar o rio. Do outro lado do rio pegamos uma kombi toda decorada do Flamengo e andamos por 1 hora até chegarmos numa bodeguinha próximo a outro rio (ou seria lago?). Lá conhecemos o seu Jerry (eu ainda não sei como se escreve o nome dele). E de lá pegaríamos um outro barco para chegar até a pousada.
Bom a partir daqui nosso transporte seria unicamente barquinho. Já de cara vimos a floresta submersa, é algo indescritível.
Nossa pousada foi o Juma Lake, fiquei em quarto compartilhado unissex, mas tem uns bangalôs privativos lindos como opção. A água do chuveiro é fria mas como faz um calor absurdo você nem vai notar.
Almoçamos a comidinha gostosa da dona Maria com essa vista pro rio Juma. Aparição especial do Fênix, o mascote da casa. A comida foi arroz, feijão, saladinha, farofa e moqueca de pirarucu
Depois do almoço saímos pra pescar piranhas e nadar ao pôr do sol, que foi incrível. A água é muito quentinha, mas dá um medinho pensar que tem piranha e jacaré embaixo de você.
A noite fizemos a focagem de jacarés, onde o barco passa nas margens procurando filhotinho de jacarés.
QUINTO DIA – DORMIR NA SELVA
Saímos depois do almoço em direção a selva. O Miguel foi nosso guia, nativo da região conhece tudo. O acampamento é uma tenda de palha onde cada um pendurou sua rede e mosquiteiro, conferimos direitinho se não tinha aranhas ou cobras escondidas. A janta foi arroz e frango na grelha, feito lá mesmo na fogueira. Miguel até mostrou o jacaré de 3 metros que fica na encosta do acampamento só pra ganhar uns pedacinhos de frango cru. Batizamos ele de Zé Jacaré. Miguel nos contou algumas histórias da mata, sobrenaturais e causos de caça. Também comentou fofoquinhas de blogueiros que já foram pra lá, e histórias de grande biólogos mentirosos da tv aberta.
Bom, dormir na mata foi incrível, um pouco assustador. A noite caiu uma chuva fortíssima. De manhã acordamos bem cedo, e o Miguel preparou o café pra nós. Ovo na água e pão com manteiga. Comemos e pegamos o caminho de volta. Deu pra nadar um pouco antes do almoço de volta ao Juma. Depois disso, voltamos pra Manaus e a noite foi meu voo de volta. E com certeza, foi inesquecível.
VALORES
Lembrando que esses valores foram pagos em abril de 2021 com a agência Iguana
Bate – Volta Presidente Figueiredo (transporte, ingresso de entrada das cachoeiras, guia e alimentação exceto bebidas): R$ 300,00
Pacote Iguana: 3 dias e duas noites na selva, transporte, guias, hospedagem em quarto compartilhado, café da manhã, amoço e janta (fora bebidas) : R$ 740,00